Um dia, recebemos um bebezinho recém-nascido em nossa casa de acolhimento. Ele tinha apenas 10 dias quando chegou e era totalmente dependente de que alguém cuidasse dele.
Por ser muito novo, ele ainda não havia recebido todas as vacinas necessárias para formar um sistema imunológico mais resistente, e por este motivo, precisou ficar um pouco mais isolado dos outros bebês e meninas da casa durante alguns dias.
Neste período, algumas educadoras da casa e alguns missionários se revezaram para cuidar dele. Este cuidado envolvia dar banho, ninar, trocar a fralda e alimentá-lo. As vezes chegávamos a ficar entediados ao apenas observá-lo dormir, e as vezes um tanto desesperados ao tentar fazê-lo parar de chorar.
Houve um dia, no entanto, em que Jesus me ensinou algo tão precioso e belo. Ali, quando estávamos apenas nós dois, eu comecei a orar por sua vida. Afinal, era uma das melhores coisas que eu poderia oferecer a ele! E de repente, me vi pedindo a Jesus que usasse meu colo para amar e meus braços para segurá-lo.
Foi como se nesse momento eu pudesse entender um pouco melhor o texto de Paulo onde ele diz “Já não sou eu quem vivo, mas Cristo vive em mim”. Porque eu sei que naquele dia não fui apenas eu quem segurei aquele bebê, mas o próprio Jesus o amou através de mim.
Em meu coração, batizei este bebê de Bem-te-vi, pois sei que ele foi visto por Jesus.
“Há alguns dias
Eu nem te conhecia.
Agora, a Vida nos une
E eu te seguro no meu colo.
Aqui, te vejo e te percebo.
Você dorme,
Acorda,
Chora.
Eu-te-vejo,
Bem-te-vi.
E num relance percebo
Que meus braços não são mais meus.
Jesus te segura
E te ama.
Se é assim,
Eu digo eis-me aqui.
Porque se Ele te segura através de mim,
A ferida vira cicatriz
E sua história, redenção.
Dorme, Bem-te-vi.
Tudo vai ficar bem”